segunda-feira, 12 de abril de 2010

Tribuna Hip Hop

Segundo encontro ressalta memória e informação


Eloquência, memória e informação deram o tom do segundo encontro da Tribuna Hip Hop, no último sábado (10/04), no Ponto de Cultura Quilombaque. O exercício da palavra é fundamental para a evolução e a defesa, a crítica e o repensar das idéias começam a ganhar contornos semelhantes dos vivenciados nas “Posses” dos anos 90. Inevitável associação para uns, novidade atraente para outros.


O pequeno grupo presente - comparado ao formado na Tribuna de estréia, em março - foi heterogêneo em idades e linguagens artísticas, mas todos que compareceram estavam dispostos a trocar, ouvir e ser ouvido com respeito, cientes de que em outros momentos “a oposição por um triz transforma um irmão meu em um verme infeliz” (Racionais MC’s). Por aqui, não vamos permitir que este “triz” ocorra e nos desvie do objetivo principal, que é a união e o fortalecimento do movimento.


Inúmeras foram as evidências explicitadas pelo grupo da necessidade de debates e planos de ação eficazes para vitalizar o Hip Hop. Entre as constatações, todos entraram no consenso de que a escassez de registro audiovisual e literário sobre quem de fato integra o movimento há mais de 20 anos abre brechas para qualquer oportunista remontar uma suposta “história do Hip Hop” a seu bel-prazer.


Hoje é inaceitável permitir que “eles” escrevam a nossa história, a nossa verdade, assim como fizeram os registros sobre a escravidão no Brasil, ocultando todas as revoltas, resistências e imprimindo um cativo dócil, submisso e incapaz. Inaceitável é deixar que vivências que estruturaram a estima de gerações sejam minadas dia após dia pelo descaso do mercado, pela sensação de estagnação, pela desilusão por uma luta em vão.


Nós podemos sim dar voz e vez aos nossos. Registrar, documentar, circular memórias para que os próximos continuem a caminhada, mas com um diferencial: a bagagem. Este é o plano. No próximo encontro, em maio, a Tribuna Hip Hop convida: você e um grande nome do movimento para a informalidade de uma roda entre irmãos.

Apareça!
Salve!!!

Texto: Táta dos Santos
Fotos: Clébio Ferreira

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