Cortejo relembra as lutas por moradia e saúde do bairro Os moradores de Perus, região norte de São Paulo, realizaram no último sábado, 26, um grande cortejo pelas ruas do bairro, comemorando os nove anos do movimento popular que deu origem ao Programa da Saúde da Família (PSF), além das outras lutas que marcaram a história do lugar, do movimento trabalhista dos queixadas às reivindicações contra o lixão.
A caminhada contou com intervenções artísticas do Grupo de Teatro Guarus – neto dos queixadas, que retrataram as lutas por moradia, educação e saúde no Recanto dos Humildes, acompanhados por um cortejo de maracatu promovido pelos coletivos Evolução Afro – Brasil (Quintal Cultural), e do Grupo Refúgio da Comunidade Cultural Quilombaque. Estavam presentes também a bateria mirim da Escola de Samba Valença, Poesia Sarau na Brasa e o Grupo Pandora de teatro.
A idéia partiu da Dra. Andréa Lúcia Torres Amorin, médica especialista em saúde da família e terapia de casal, que ao desenvolver a tese de seu mestrado escolheu como objeto de estudo o PSF. Suas pesquisas foram pautadas pelas questões das políticas públicas dentro de Perus e sobre o porquê da descontinuidade de alguns projetos após a troca de partidos políticos. Após apurar os resultados das entrevistas e realizar discussões com os entrevistados, chegou-se a duas questões – fazer uma ação comemorativa sobre os nove anos do PFS e um documentário sobre o seu processo de implantação no bairro.
Em parceria com a Comunidade Cultural Quilombaque, foi formada uma oficina de teatro, que deu origem ao Grupo Guarus- os netos dos queixadas. Emanuela tem apenas 14 anos, mas já sabe na ponta da língua a história de Perus. Ela é integrante do grupo junto com Dona Maria Buzzo, moradora do bairro há 56 anos. As duas afirmam que foi uma grande troca de conhecimento participar das oficinas, mostrando a união dos antigos movimentos com as novas idéias tem, repassando as lutas do povo de geração em geração.
A caminhada seguiu em direção ao calçadão, próximo à estação de trem da CPTM, onde ocorreu mais uma intervenção teatral. Depois passou pela Av. principal do bairro, Dr. Silvio de Campos até a Rua do Sindicato dos Queixadas (Sindicato dos trabalhadores da Fábrica de Cimento), onde ocorreu a apresentação de teatro do Grupo Pandora, criticando as relações entre empregado e patrão. Para finalizar, houve a projeção do documentário “As fontes de Perus”, criado pelos integrantes do Projeto SACI e apresentação da cantora Anne Charlotte. Veja sobre o cortejo também no Blog Mural, da Folha. com, clicando aqui
Por Jéssica Moreira
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