Libertação dos escravos: a história não contada
A mentira cívica, a história oficial romantizada, a estratégia para manutenção da economia e do poder. As verdades foram silenciadas por uma máscara de conto de fadas com princesa, pena de ouro e uma multidão pacífica e submissa à espera de um final feliz.
Os alicerces da instituição escravocrata minaram porque valores econômicos da Revolução Industrial ganharam maior importância e adeptos no mundo ocidental. O governo imperial brasileiro, ciente do fim da instituição, pretendia minimizar os danos econômicos dos fazendeiros adotando medidas para abolir a escravidão de forma gradual em respeito ao direito de propriedade dos senhores (Lei do Ventre Livre (1871), Lei do Sexagenário (1885) etc.).
Mas ações determinantes aceleraram o processo, ações propositalmente omitidas dos livros da historia oficial: o aumento no número de fugas, o crescimento e formação de novos quilombos, os atos de rebeldia, os assassinatos de senhores e feitores, a queima de engenhos, a destruição de fazendas inteiras, a compra de alforrias, a exploração das possibilidades abertas pela legislação imperial disputando na justiça o direito à liberdade, a influência da temida e bem sucedida revolta de escravos que trouxe a independência ao Haiti e por aí vai.
Evidências do auge de um movimento permanente e organizado de grandes proporções que desgastou significativamente o sistema escravocrata: a quilombagem. Neste quadro de tensões crescente formalizou-se o inevitável. A princesa regente promulga a lei 3353 de 13 de maio de 1888 que declara extinta a escravidão no Brasil revogando-se as disposições em contrário. O fato é que 90% de homens e mulheres já estavam libertos na data da lei através de meios próprios.
Alguma semelhança entre os fatos? A resistência organizada e permanente se mantém nos quilombos urbanos. E a omissão dos grandes meios de comunicação também. Reflita: quem quebrou e continua quebrando as correntes? A informação é uma arma que durante muito tempo foi usada para nos subjulgar, inferiorizar, dividir e alienar. SEJA CRÍTICO! QUESTIONE! APURE SEU OLHAR SOBRE OS FATOS!
Texto: Táta dos Santos
Indicações:
13 de maio abolindo a escra-visão no Brasil: discussão temática durante o Sarau Elo da Corrente
Dias: 08, 13 e 20 de maio, às 20h30.
Local: Bar do Santista- Rua Jurubim, 788 A – Pirituba
Confira a programação no blog do Elo da Corrente (clique aqui)
Livros:
História do negro brasileiro - Clovis Moura – Ed.Atica - 1989.
Das cores do silêncio: os significados da liberdade no sudeste escravista – Brasil século XIX – Hebe Maria Matos de Castro -Arquivo Nacional,1995.
Onda negra, medo branco: o negro no imaginário das elites, século XIX – Célia Maria Marinho Azevedo – ed. Paz e Terra, 1987.
2 comentários:
Nossa .... parabens um texto digno do trabalho que vem sendo desenvolvido por vcs.As verdades precisam ser ditas.
nossa a Tata trincou 1000 graus
ass.Jeff
Postar um comentário